No Brasil, o câncer de mama é o mais incidente nas mulheres (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025 segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer).
Fatores de Risco
O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como:
- Idade. Quanto maior a idade, maior o risco.
- Ser do sexo feminino. Lembrando que homens também podem desenvolver câncer de mama, porém é mais raro.
- Obesidade. Uma das explicações é que há conversão periférica de precursores do estrógeno no tecido adiposo para estrógeno (desenvolvimento do câncer de mama).
- Mamas densas. Umas das explicações é a baixa sensibilidade da mamografia em detectar alterações. Uma publicação da Sociedade Européia de Janeiro de 2022 mostrou que utilizar ressonância nuclear magnética (RNM) para mulheres com mamas densas aumentou a detecção de câncer de mama e diminuiu os tumores de intervalo que são aqueles que crescem entre um exame e outro. Ainda não temos padronização para uso da RNM como exame de rastreamento e isso deve ser discutido com o seu médico e individualizado pois exigem riscos relacionados a esse exame.
- Menarca (1ª menstruação) precoce e menopausa tardia
- Nuliparidade (nunca ter tido filho). Umas das explicações é que a diferenciação celular que ocorre na glândula mamária durante ou após a gestação protege a mama contra o câncer.
- História pessoal e familiar de câncer de mama. Esse risco está associado com o número de mulheres de 1º grau acometidas e com a idade do diagnóstico. Uma análise com mais de 500.000 mulheres mostrou um aumento de 2 vezes no risco se 1 dos familiares era acometido e 3 vezes se 2 familiares de 1º grau eram acometidos. Se o familiar é acometido pelo câncer antes dos 30 anos, esse risco é 3 vezes maior, enquanto se esse familiar é acometido após os 60 anos esse risco cai pela metade.
- Mutações genéticas que predispõe ao câncer de mama são raras. Apenas 6% podem ser atribuídas a herança de uma variante patogênica como BRCA-1 e BRCA-2.
- Álcool. Não existe uma dose segura para o seu consumo.
- Exposição à radiação ionizante do tórax como a que ocorre em mulheres que irradiaram o tórax para tratamento do linfoma.
Sintomas
O câncer de mama pode ser assintomático. Ou seja, ele será detectado apenas na mamografia.
Mas, se houver presença dos sintomas abaixo, procure o seu médico para uma investigação:
– Nódulo ou caroço nas mamas.
Qualquer nódulo na mama necessita de avaliação médica especializada. Às vezes, é difícil diferenciar um nódulo benigno de um maligno apenas pela palpação. Nessa situação, será necessário mamografia, ultrassom das mamas ou até mesmo biópsia da lesão. Um nódulo sólido, indolor e com bordas irregulares pode ser câncer.
– Eritema (vermelhidão) da mama.
– Edema (Inchaço) na pele da mama.
– Espessamento ou retração da pele ou do mamilo.
– Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos.
– Linfonodos (ínguas) aumentados na axila.
Ressalto que só a avaliação médica poderá estabelecer o diagnóstico diferencial. Importante destacar que em países com programas de rastreamento de câncer de mama já estabelecidos, a maioria dos diagnósticos de câncer de mama ocorre devido mamografia alterada. Assim, é importante realizar exames de rastreamento como mamografia anual a partir dos 40 anos, segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Tratamento
O tratamento do câncer de mama depende do tipo de câncer de mama e do estadiamento. Ele envolve várias modalidades como:
- Cirurgia
- Radioterapia
- Quimioterapia
- Imunoterapia
- Terapia Alvo
- Hormonioterapia
É importante consultar um médico oncologista para obter informações e orientações específicas sobre o câncer de mama, pois cada paciente terá uma abordagem específica e personalizada.