O aumento da incidência de câncer no mundo traz desafios à OMS (Organização Mundial de Saúde), que busca ações constantes e colaboração internacional para fazer frente à doença.

Nas duas últimas décadas, o número total de pessoas com câncer quase dobrou, de pouco mais de 10 milhões em 2000 para 19,3 milhões em 2020. É estimado que 1 em cada 5 pessoas em todo o mundo terá câncer ao longo da vida e as projeções sugerem que o número de diagnosticados ainda será, aproximadamente, 50% maior em 2040.

Dietas não saudáveis, sedentarismo, tabagismo e ingestão de bebida alcoólica contribuem para o aumento da incidência do câncer. Uma proporção dos casos também se deve ao aumento da longevidade, já que a propensão para apresentar a doença aumenta com a idade.

Quanto ao câncer de mama, houve aumento do número de casos, de acordo com a IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer). No Brasil, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) estimou, aproximadamente, 74 mil novos casos de câncer de mama por ano até 2025. O câncer de mama é o câncer mais incidente no país quando se exclui o câncer de pele não melanoma. Esse aumento nos leva a reflexão sobre a importância dos exames de rastreamento como a mamografia para a detecção precoce e intervenção eficaz. Esse é o objetivo traçado pela iniciativa global conjunta da OMS, IARC e demais instituições da área, além de outras.

Diante de tal cenário, três metas principais foram estabelecidas pela OMS até 2030 para controle do câncer de colo uterino, por exemplo: garantir que 90% das jovens com menos de 15 anos sejam completamente vacinadas contra o HPV; alcançar 70% de cobertura da triagem e cobrir o tratamento de 90% das pacientes com câncer cervical.

Também é preciso considerar que ainda estamos lidando com algumas consequências da pandemia do COVID-19, que interrompeu uma série de serviços médicos, dificultou acesso a tratamentos, especialmente nos países de baixa e média renda e fez diminuir o recrutamento em ensaios clínicos e a produção científica na oncologia.

Neste momento, além das organizações já citadas, existem governos que estão criando ambientes adaptados e seguros para tratamento, assim como profissionais de saúde incorporando a telemedicina para atendimento de mais pacientes com câncer.

Mais do que nunca, portanto, todos nós possuímos um papel importante na construção de um futuro mais saudável, seja como profissionais da saúde, pacientes, familiares de alguém com câncer e ONGs (Organizações não governamentais) através da propagação de informações, realização de estudos clínicos, assistência aos pacientes e também da solidariedade.